Grandes empresas brasileiras recorrem à recuperação judicial na tentativa de ganhar tempo para resolver problemas financeiros que, sem essa medida, poderiam resultar em falência no mercado.
A recuperação judicial em grandes empresas tem se tornado cada vez mais frequente, e na lista de 2023 estavam grandes nomes marcados por crises, como Americanas, Starbucks e 123 Milhas.
À frente da T4 Consultoria, auxiliando pequenas, médias e grandes empresas na reorganização da gestão financeira, atuando no intermédio da antecipação preventiva de eventos, abordo a seguir sobre a recuperação judicial em grandes empresas brasileiras.
Recuperação judicial em grandes empresas brasileiras tem se tornado cada vez mais frequente
São muitos os casos de pedidos de recuperação judicial em grandes empresas brasileiras, dentre elas, algumas merecem destaque.
Americanas
Como já brevemente mencionado, a Americanas, uma das maiores varejistas brasileiras entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023. As dívidas somam aproximadamente R$ 43 bilhões.
O plano de recuperação foi aprovado pela Assembleia Geral dos Credores, mas a situação continua preocupante, pois a empresa registrou novo prejuízo de R$ 4,61 bilhões entre janeiro e setembro do ano passado.
Livraria Cultura
A empresa entrou com pedido de recuperação em 2018 que não logrou êxito, levando ao pedido de falência no início de 2023.
Houve inúmeros descumprimentos de acordos firmados com os credores no plano de recuperação judicial. Ausência de prestação de contas e de pagamento de honorários da administradora judicial também estão entre as falhas cometidas pela empresa.
Pan
Problemas na recuperação judicial que começou em 2020 levaram a fabricante de chocolates Pan a decretar falência no ano passado.
A dívida da Pan alcança R$ 126 milhões; além disso, a empresa não paga impostos corretamente há mais de 20 anos, o que ressalta a razão do encerramento das atividades.
Polishop
Uma das maiores varejistas, a Polishop pediu recuperação judicial em maio deste ano, o que foi aprovado dias depois. A dívida da empresa é de aproximadamente R$ 395 milhões. A principal causa de problemas financeiros segundo a empresa foi a pandemia, levando-a a fechar mais da metade de suas lojas e a demitir dois mil funcionários.
Outro fator de crise apontado pela varejista foi o aumento dos juros e a dificuldade de conseguir acesso a crédito durante a pandemia.
Casa do Pão de Queijo
Dentre os pedidos de recuperação judicial de grandes empresas brasileiras, destaca-se o da Casa do Pão de Queijo, realizado em junho deste ano. A dívida estimada do negócio é de R$ 57,5 milhões.
Assim como no exemplo da Polishop, a rede de cafeterias alega que a pandemia foi o principal fator que desencadeou a crise, principalmente com o fechamento dos aeroportos brasileiros, que levou a uma diminuição da receita em 50% no período de um ano. A empresa ainda aguarda a aprovação da justiça.
Casas Bahia
A grande varejista que já está em processo de reestruturação, recentemente solicitou a recuperação extrajudicial, em que o processo de renegociação é realizado junto aos principais credores para posteriormente ser homologado pela justiça. A dívida da empresa está estimada em R$ 4,1 bilhões.
Prevenção é a melhor maneira de evitar a recuperação judicial
Como observado, os pedidos de recuperação judicial em grandes empresas têm se tornado cada vez mais frequentes, devido a diversas causas de crise. É importante destacar que medidas preventivas, como a antecipação de problemas, podem ser adotadas para evitar o processo judicial.
A maneira mais eficaz de evitar um processo de recuperação judicial é manter uma gestão equilibrada, com estratégias bem definidas, riscos calculados, aproveitamento de oportunidades e cumprimento das obrigações. No entanto, mesmo com esses esforços, pode não ser suficiente.
É essencial monitorar de perto os resultados das empresas. A rápida detecção de sinais financeiros negativos facilita a identificação das causas e permite uma resolução mais ágil do problema.
A maioria das empresas enfrenta dificuldades em identificar seus erros de gestão devido à imersão em seus próprios processos. Por isso, ter uma visão externa ao negócio é essencial para reorganizar seus processos e melhorar o controle da gestão.
Muitas empresas ignoram as medidas preventivas até que o problema se torna complexo a ponto de não conseguirem solucioná-lo tendo que recorrer à recuperação judicial como “última chamada”.
Corrigir problemas de gestão o mais rápido possível é essencial. Para isso, buscar apoio especializado pode ser a melhor alternativa.
Artigo de Marcelo Viana
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